Respondendo à pergunta do título, você deve investir na qualidade do solo para manter a capacidade produtiva dele ao longo do tempo, a fim de garantir a produção de alimentos e outros benefícios que ele pode oferecer. Caro produtor rural, os nossos solos agrícolas são extremamente importantes para a humanidade, pois sustentam as plantas, os animais e os seres humanos. Portanto, é imprescindível que trabalhemos incansavelmente para garantir a manutenção da sua qualidade.
A qualidade do solo refere-se à capacidade que um solo possui de sustentar a produtividade de plantas e animais, manter ou melhorar a qualidade da água e do ar, garantindo a saúde e a habitação humana no planeta Terra. Como a qualidade do solo depende de seus próprios atributos, as características químicas, físicas e biológicas do solo funcionam como indicadores da sua qualidade.
No texto de hoje vamos ver a importância da boa qualidade do solo para garantir o seguro da lavoura, a redução dos custos na produção agrícola, o aumento da produtividade e a oferta de serviços ecossistêmicos.
Seguro da lavoura
A agricultura está sujeita a diversas interferências externas não controláveis que podem ocasionar prejuízos a muitos agricultores. As principais adversidades que podem acometer um negócio rural estão ligadas principalmente ao clima, como seca prolongada, excesso de chuva, geada, fortes ventos etc. Por mais que os riscos climáticos sejam, muitas das vezes, difíceis de prever e controlar, um bom manejo do solo pode tornar o ambiente agrícola mais resistente às adversidades e com maior potencial de resiliência. Um ambiente resiliente é aquele com maior capacidade de se recuperar e voltar à sua forma original depois de uma situação adversa. Nessa perspectiva, uma boa forma de manter uma lavoura mais segura contra interferências externas é desenvolver um manejo agrícola que recupere ou mantenha a qualidade do solo ao longo do tempo.
Você quer ter menores riscos de prejuízos em seu negócio rural? Você deseja alcançar bons índices de produtividade na sua propriedade? Se a resposta for sim, você precisa manter as condições físicas, químicas e biológicas do solo próximas das consideradas ideais. Dessa forma, as raízes conseguem crescer, absorver nutrientes e água em níveis adequados, as plantas apresentam um bom desenvolvimento, crescem de maneira saudável e produzem frutos de qualidade em quantidades ideais. Parece difícil alcançar essa condição, mas seguindo o manejo adequado essa tarefa torna-se mais fácil.
O primeiro passo a ser feito é a adequada análise de solo. A partir da análise do solo é possível verificar as limitações e, quando necessário, corrigi-las, visando manter ou melhorar a qualidade do solo para possibilitar o adequado crescimento das plantas e alcançar os níveis de produtividade desejados. Ao analisar os resultados obtidos a partir da análise do solo, é necessário um bom conhecimento sobre os indicadores da qualidade do solo, que são um conjunto de informações usadas para avaliar o comportamento e o desempenho das principais funções do solo. Esses indicadores podem ser processos, propriedades ou características do solo, são divididos em atributos físicos, químicos e biológicos.
Os indicadores químicos apresentam as seguintes informações: equilíbrio entre a água e os nutrientes no solo, níveis de nutrientes e a forma como estão disponíveis no solo, presença de elementos que podem ser prejudiciais ao crescimento das plantas, possíveis limitações para o desenvolvimento vegetal etc. Os atributos químicos que devem ser avaliados são pH, teores de macronutrientes (N, P, K, Ca, Mg, S), de micronutrientes (Zn, B, Cu, Fe, Mn, Mo), de matéria orgânica e de alumínio trocável, além da capacidade de troca de cátions, índices de saturação por bases e por alumínio e, se for o caso, presença de elementos tóxicos e metais pesados.
Já os indicadores físicos, fornecem informações sobre a porosidade e a estrutura do solo, estabilidade dos agregados, areação, condutividade hidráulica, penetração das raízes. Uma boa qualidade física do solo é responsável pelo bom desenvolvimento das raízes, infiltração e armazenamento da água do solo, liberação de água e nutrientes para as plantas. Além disso, o bom conhecimento das propriedades físicas do solo ajuda no manejo agrícola, como por exemplo, é possível ter conhecimento da época ideal para trabalhar o solo com implementos agrícolas e conhecer a textura do solo e a sua influência nas propriedades do solo.
Por fim, os indicadores biológicos estão relacionados com a quantidade e a atividade de organismos e microrganismos no solo. Dentre as principais análises para avaliar a qualidade biológica do solo destacam-se: biomassa microbiana, respiração do solo, relação C/N, quantidade de enzimas no solo, índices que avaliam a população de organismos no solo e sua atividade.
Uma vez tendo disponíveis os resultados da análise do solo, é preciso ter conhecimento sobre os adequados níveis dos indicadores da qualidade do solo, que irão guiar o manejo a ser seguido na propriedade. Para auxiliar o agricultor na tomada de decisão, uma consultoria agrícola especializada pode fazer toda a diferença para o sucesso das práticas agrícolas desenvolvidas na lavoura. Nesse sentido, nós da Agroteg Digital, estamos disponíveis para lhe oferecer uma consultoria agrícola especializada capaz de aumentar a seguridade da sua lavoura, reduzir os custos na produção e aumentar a produtividade e a rentabilidade do seu negócio.
Redução de custos
Em qualquer atividade econômica é fundamental a gestão e controle dos custos de produção. Na agricultura não é diferente, o produtor rural precisa ter uma ampla visão do seu negócio para minimizar os custos de produção e aumentar o potencial de lucro. Contudo, reduzir os custos de produção e ao mesmo tempo manter a qualidade dos produtos não é uma tarefa simples. Assim, um dos maiores desafios dos produtores rurais é encontrar maneiras de diminuir os custos na agricultura mantendo a qualidade da produção.
O controle dos custos da produção agrícola começa com um bom planejamento. É necessário que o empreendedor rural mapeie e detalhe todos os processos que envolvam seu negócio, desde a compra de insumos, o preparo e o manejo do solo, o plantio, a colheita, até a venda dos produtos obtidos com a safra. Com um bom planejamento, será possível uma visão ampla de como evitar erros e desperdícios na atividade agrícola e, assim, reduzir ao máximo os custos de produção.
Em seguida, o agricultor precisar implementar um manejo adequado de acordo com a sua realidade, utilizar as melhores técnicas de cultivos, reduzir os desperdícios no processo de produção de alimentos, controlar adequadamente pragas, patógenos e plantas invasoras, fazer uma boa gestão e manutenção das máquinas e implementos agrícolas, fazer uso racional da irrigação, fornecer adequadamente os nutrientes para as plantas etc.
Mas onde entra a qualidade do solo na redução dos custos na lavoura? A qualidade do solo está presente em todos os aspectos capazes de reduzir os custos na produção agrícola. O solo é a base de cultivo para as plantas, desse modo, a sua qualidade interfere direta e indiretamente em todo o processo produtivo na agricultura. Manter o solo em condições físicas, químicas e biológicas adequadas para o desenvolvimento da atividade agrícola é a chave para o sucesso de qualquer empreendimento rural.
Ao aumentar a qualidade do solo, o produtor rural pode ter como benefícios não só a redução dos custos em todas as etapas da cadeia produtiva, como também o aumento da produtividade da sua lavoura, aumento da rentabilidade e maior oferta de alimentos mais saudáveis aos seus consumidores. Portanto, é imprescindível o compromisso do agricultor para aumentar ou manter a qualidade do solo.
Aumento da produtividade
A buscar pela maior produtividade é um dos principais objetivos do agricultor e a qualidade do solo é um dos aspectos que influencia diretamente na produtividade das culturas agrícolas. O aumento da produtividade está aliado ao aumento da lucratividade. Assim, ao conseguir aumentar a oferta de alimentos, o agricultor consegue aumentar os lucros e a rentabilidade do seu empreendimento.
Para o manejo eficiente da propriedade rural, visando o aumento ou a manutenção da qualidade do solo, deve-se considerar todas as etapas produtivas: planejamento, preparo do solo, práticas de conservação do solo e da água, época de plantio, controle de pragas e doenças, adubação, espaçamento, luminosidade, irrigação, dentre outras técnicas. Há diversas práticas de manejo do solo que podem ser adotadas para aumentar a eficiência no processo de produção, que direta ou indiretamente contribuem para maximizar o desempenho produtivo e econômico da propriedade rural.
Os principais exemplos de práticas capazes de manter a qualidade do solo e aumentar a produtividade agrícola são: plantio direto, cultivo mínimo, plantas de cobertura e adubação verde, adubação orgânica, controle alternativo de pragas e doenças, sistemas agroflorestais, integração lavoura-pecuária, rotação e sucessão de culturas, cultivo consorciado, adoção de práticas para reduzir a erosão do solo, espaçamento adequado, plantio na época ideal etc. O uso integrado de diversas dessas práticas possibilita a melhoria dos atributos físicos, químicos e biológicos do solo, refletindo na manutenção da produtividade e aumento da renda e competitividade do empreendimento rural. Ademais, o ambiente agrícola pode oferecer, além dos benefícios econômicos, diversos serviços ecossistêmicos para o produtor rural, para a sua família e para a sociedade.
Serviços ecossistêmicos
Antes de falarmos propriamente sobre os serviços ecossistêmicos, precisamos definir ecossistema: sistema ecológico em que os organismos vivos (como animais, vegetais e microrganismos) interagem entre si e com o ambiente físico (como água, atmosfera, solo e rochas). Em nossa sociedade, é muito difícil encontrar ecossistemas que não tenham sofrido alguma interferência humana. Por outro lado, também é difícil encontrar ser humano que não dependa dos ecossistemas e dos serviços que eles oferecem. A partir disso, tem-se o conceito de serviços ecossistêmicos: benefícios que os ecossistemas podem oferecer direta ou indiretamente para as pessoas.
Os serviços ecossistêmicos são divididos em quatro categorias: serviços de provisão, de regulação, cultural e de suporte. Os serviços de provisão são aqueles que as pessoas obtêm da natureza, como alimentos, água, fibras, madeira; Já os serviços de regulação são os que equilibram as condições ambientais naturais, por exemplo, regulação do clima, controle da erosão, controle biológico de insetos e patógenos, polinização, dispersão de sementes; Por outro lado, os serviços culturais contribuem para a cultura e as relações sociais, citam-se a conservação da paisagem, lazer e recreação, turismo ecológico, desenvolvimento de pesquisas, crenças religiosas; Por fim, os serviços de suporte são aqueles necessários para que outros serviços existam, como formação do solo, ciclagem de nutrientes, produção de oxigênio, fotossíntese.
Os serviços ecossistêmicos são importantes para o bem-estar populacional e, também, para as atividades econômicas e sociais. Para que possamos usufruir desses benefícios é necessário um equilíbrio ambiental. Assim, em contrapartida, devemos intervir nos ecossistemas de maneira responsável e sustentável, aproveitando os muitos serviços ecossistêmicos, ao mesmo tempo em que preservamos e protegemos os recursos naturais da degradação.
Dependendo das condições físicas, químicas e biológicas do local, diferentes ecossistemas fornecem diferentes tipos de serviços ecossistêmicos. Considerando os ecossistemas agrícolas, existem vários serviços ecossistêmicos oferecidos. A agricultura pode ir além de sua função primordial, que é a produção de alimentos e fibras, para contribuir com outros serviços ecossistêmicos de suporte, regulação, provisão e culturais. O solo, por exemplo, oferece ciclagem de nutrientes, filtragem de água, abastecimento de aquíferos, ciclagem biogeoquímica dos nutrientes, fornecimento de nutrientes para as plantas, sustentação para os vegetais, produção de alimentos, habitat para organismos, fornecimento de materiais de construção, estoque de carbono etc.
Podemos concluir, portanto, que os serviços ecossistêmicos sustentam a vida e a biodiversidade do nosso Planeta. Levando em consideração as práticas agrícolas, os serviços ecossistêmicos garantem a produção de alimentos e recursos, possibilitando a sobrevivência humana e de outros seres vivos. Percebemos, então, que existe uma íntima interação entre a natureza e o ser humano, ambos retiram uns dos outros recursos que auxiliam seu desenvolvimento. Infelizmente, nessa relação, nem sempre a natureza sai ganhando. A humanidade tem explorado ao máximo os recursos naturais de forma indiscriminada, ocasionando sérios impactos ambientais negativos, muitas das vezes irreversíveis.
No contexto agrícola, os sistemas produtivos são capazes de contribuir para a melhoria e aumento da provisão de serviços ecossistêmicos por meio do adequado manejo dos agroecossistemas na paisagem rural. Dessa forma, tanto as práticas agrícolas podem ser beneficiadas pelos serviços ecossistêmicos, como também podem prover e contribuir para a manutenção destes serviços. ´
Chegamos ao final do texto e pudemos perceber ao longo da leitura a importância econômica, social e ambiental das práticas agrícolas que promovem a qualidade do solo. Portanto, investir na qualidade do solo é uma tarefa primordial rumo à sustentabilidade agrícola, capaz de reduzir os custos na cadeia produtiva, aumentar a produtividade das culturas e a rentabilidade do agricultor, elevar o potencial de oferta de serviços ecossistêmicos para o próprio agricultor e, também, para a sociedade em geral. Dessa forma, com certeza a partir de hoje você terá um compromisso em aumentar ou manter a qualidade do solo em sua propriedade rural.
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Respondendo à pergunta do título, você deve investir na qualidade do solo para manter a capacidade produtiva dele ao longo do tempo, a fim de garantir a produção de alimentos e outros benefícios que ele pode oferecer. Caro produtor rural, os nossos solos agrícolas são extremamente importantes para a humanidade, pois sustentam as plantas, os animais e os seres humanos. Portanto, é imprescindível que trabalhemos incansavelmente para garantir a manutenção da sua qualidade.
A qualidade do solo refere-se à capacidade que um solo possui de sustentar a produtividade de plantas e animais, manter ou melhorar a qualidade da água e do ar, garantindo a saúde e a habitação humana no planeta Terra. Como a qualidade do solo depende de seus próprios atributos, as características químicas, físicas e biológicas do solo funcionam como indicadores da sua qualidade.
No texto de hoje vamos ver a importância da boa qualidade do solo para garantir o seguro da lavoura, a redução dos custos na produção agrícola, o aumento da produtividade e a oferta de serviços ecossistêmicos.
Seguro da lavoura
A agricultura está sujeita a diversas interferências externas não controláveis que podem ocasionar prejuízos a muitos agricultores. As principais adversidades que podem acometer um negócio rural estão ligadas principalmente ao clima, como seca prolongada, excesso de chuva, geada, fortes ventos etc. Por mais que os riscos climáticos sejam, muitas das vezes, difíceis de prever e controlar, um bom manejo do solo pode tornar o ambiente agrícola mais resistente às adversidades e com maior potencial de resiliência. Um ambiente resiliente é aquele com maior capacidade de se recuperar e voltar à sua forma original depois de uma situação adversa. Nessa perspectiva, uma boa forma de manter uma lavoura mais segura contra interferências externas é desenvolver um manejo agrícola que recupere ou mantenha a qualidade do solo ao longo do tempo.
Você quer ter menores riscos de prejuízos em seu negócio rural? Você deseja alcançar bons índices de produtividade na sua propriedade? Se a resposta for sim, você precisa manter as condições físicas, químicas e biológicas do solo próximas das consideradas ideais. Dessa forma, as raízes conseguem crescer, absorver nutrientes e água em níveis adequados, as plantas apresentam um bom desenvolvimento, crescem de maneira saudável e produzem frutos de qualidade em quantidades ideais. Parece difícil alcançar essa condição, mas seguindo o manejo adequado essa tarefa torna-se mais fácil.
O primeiro passo a ser feito é a adequada análise de solo. A partir da análise do solo é possível verificar as limitações e, quando necessário, corrigi-las, visando manter ou melhorar a qualidade do solo para possibilitar o adequado crescimento das plantas e alcançar os níveis de produtividade desejados. Ao analisar os resultados obtidos a partir da análise do solo, é necessário um bom conhecimento sobre os indicadores da qualidade do solo, que são um conjunto de informações usadas para avaliar o comportamento e o desempenho das principais funções do solo. Esses indicadores podem ser processos, propriedades ou características do solo, são divididos em atributos físicos, químicos e biológicos.
Os indicadores químicos apresentam as seguintes informações: equilíbrio entre a água e os nutrientes no solo, níveis de nutrientes e a forma como estão disponíveis no solo, presença de elementos que podem ser prejudiciais ao crescimento das plantas, possíveis limitações para o desenvolvimento vegetal etc. Os atributos químicos que devem ser avaliados são pH, teores de macronutrientes (N, P, K, Ca, Mg, S), de micronutrientes (Zn, B, Cu, Fe, Mn, Mo), de matéria orgânica e de alumínio trocável, além da capacidade de troca de cátions, índices de saturação por bases e por alumínio e, se for o caso, presença de elementos tóxicos e metais pesados.
Já os indicadores físicos, fornecem informações sobre a porosidade e a estrutura do solo, estabilidade dos agregados, areação, condutividade hidráulica, penetração das raízes. Uma boa qualidade física do solo é responsável pelo bom desenvolvimento das raízes, infiltração e armazenamento da água do solo, liberação de água e nutrientes para as plantas. Além disso, o bom conhecimento das propriedades físicas do solo ajuda no manejo agrícola, como por exemplo, é possível ter conhecimento da época ideal para trabalhar o solo com implementos agrícolas e conhecer a textura do solo e a sua influência nas propriedades do solo.
Por fim, os indicadores biológicos estão relacionados com a quantidade e a atividade de organismos e microrganismos no solo. Dentre as principais análises para avaliar a qualidade biológica do solo destacam-se: biomassa microbiana, respiração do solo, relação C/N, quantidade de enzimas no solo, índices que avaliam a população de organismos no solo e sua atividade.
Uma vez tendo disponíveis os resultados da análise do solo, é preciso ter conhecimento sobre os adequados níveis dos indicadores da qualidade do solo, que irão guiar o manejo a ser seguido na propriedade. Para auxiliar o agricultor na tomada de decisão, uma consultoria agrícola especializada pode fazer toda a diferença para o sucesso das práticas agrícolas desenvolvidas na lavoura. Nesse sentido, nós da Agroteg Digital, estamos disponíveis para lhe oferecer uma consultoria agrícola especializada capaz de aumentar a seguridade da sua lavoura, reduzir os custos na produção e aumentar a produtividade e a rentabilidade do seu negócio.
Redução de custos
Em qualquer atividade econômica é fundamental a gestão e controle dos custos de produção. Na agricultura não é diferente, o produtor rural precisa ter uma ampla visão do seu negócio para minimizar os custos de produção e aumentar o potencial de lucro. Contudo, reduzir os custos de produção e ao mesmo tempo manter a qualidade dos produtos não é uma tarefa simples. Assim, um dos maiores desafios dos produtores rurais é encontrar maneiras de diminuir os custos na agricultura mantendo a qualidade da produção.
O controle dos custos da produção agrícola começa com um bom planejamento. É necessário que o empreendedor rural mapeie e detalhe todos os processos que envolvam seu negócio, desde a compra de insumos, o preparo e o manejo do solo, o plantio, a colheita, até a venda dos produtos obtidos com a safra. Com um bom planejamento, será possível uma visão ampla de como evitar erros e desperdícios na atividade agrícola e, assim, reduzir ao máximo os custos de produção.
Em seguida, o agricultor precisar implementar um manejo adequado de acordo com a sua realidade, utilizar as melhores técnicas de cultivos, reduzir os desperdícios no processo de produção de alimentos, controlar adequadamente pragas, patógenos e plantas invasoras, fazer uma boa gestão e manutenção das máquinas e implementos agrícolas, fazer uso racional da irrigação, fornecer adequadamente os nutrientes para as plantas etc.
Mas onde entra a qualidade do solo na redução dos custos na lavoura? A qualidade do solo está presente em todos os aspectos capazes de reduzir os custos na produção agrícola. O solo é a base de cultivo para as plantas, desse modo, a sua qualidade interfere direta e indiretamente em todo o processo produtivo na agricultura. Manter o solo em condições físicas, químicas e biológicas adequadas para o desenvolvimento da atividade agrícola é a chave para o sucesso de qualquer empreendimento rural.
Ao aumentar a qualidade do solo, o produtor rural pode ter como benefícios não só a redução dos custos em todas as etapas da cadeia produtiva, como também o aumento da produtividade da sua lavoura, aumento da rentabilidade e maior oferta de alimentos mais saudáveis aos seus consumidores. Portanto, é imprescindível o compromisso do agricultor para aumentar ou manter a qualidade do solo.
Aumento da produtividade
A buscar pela maior produtividade é um dos principais objetivos do agricultor e a qualidade do solo é um dos aspectos que influencia diretamente na produtividade das culturas agrícolas. O aumento da produtividade está aliado ao aumento da lucratividade. Assim, ao conseguir aumentar a oferta de alimentos, o agricultor consegue aumentar os lucros e a rentabilidade do seu empreendimento.
Para o manejo eficiente da propriedade rural, visando o aumento ou a manutenção da qualidade do solo, deve-se considerar todas as etapas produtivas: planejamento, preparo do solo, práticas de conservação do solo e da água, época de plantio, controle de pragas e doenças, adubação, espaçamento, luminosidade, irrigação, dentre outras técnicas. Há diversas práticas de manejo do solo que podem ser adotadas para aumentar a eficiência no processo de produção, que direta ou indiretamente contribuem para maximizar o desempenho produtivo e econômico da propriedade rural.
Os principais exemplos de práticas capazes de manter a qualidade do solo e aumentar a produtividade agrícola são: plantio direto, cultivo mínimo, plantas de cobertura e adubação verde, adubação orgânica, controle alternativo de pragas e doenças, sistemas agroflorestais, integração lavoura-pecuária, rotação e sucessão de culturas, cultivo consorciado, adoção de práticas para reduzir a erosão do solo, espaçamento adequado, plantio na época ideal etc. O uso integrado de diversas dessas práticas possibilita a melhoria dos atributos físicos, químicos e biológicos do solo, refletindo na manutenção da produtividade e aumento da renda e competitividade do empreendimento rural. Ademais, o ambiente agrícola pode oferecer, além dos benefícios econômicos, diversos serviços ecossistêmicos para o produtor rural, para a sua família e para a sociedade.
Serviços ecossistêmicos
Antes de falarmos propriamente sobre os serviços ecossistêmicos, precisamos definir ecossistema: sistema ecológico em que os organismos vivos (como animais, vegetais e microrganismos) interagem entre si e com o ambiente físico (como água, atmosfera, solo e rochas). Em nossa sociedade, é muito difícil encontrar ecossistemas que não tenham sofrido alguma interferência humana. Por outro lado, também é difícil encontrar ser humano que não dependa dos ecossistemas e dos serviços que eles oferecem. A partir disso, tem-se o conceito de serviços ecossistêmicos: benefícios que os ecossistemas podem oferecer direta ou indiretamente para as pessoas.
Os serviços ecossistêmicos são divididos em quatro categorias: serviços de provisão, de regulação, cultural e de suporte. Os serviços de provisão são aqueles que as pessoas obtêm da natureza, como alimentos, água, fibras, madeira; Já os serviços de regulação são os que equilibram as condições ambientais naturais, por exemplo, regulação do clima, controle da erosão, controle biológico de insetos e patógenos, polinização, dispersão de sementes; Por outro lado, os serviços culturais contribuem para a cultura e as relações sociais, citam-se a conservação da paisagem, lazer e recreação, turismo ecológico, desenvolvimento de pesquisas, crenças religiosas; Por fim, os serviços de suporte são aqueles necessários para que outros serviços existam, como formação do solo, ciclagem de nutrientes, produção de oxigênio, fotossíntese.
Os serviços ecossistêmicos são importantes para o bem-estar populacional e, também, para as atividades econômicas e sociais. Para que possamos usufruir desses benefícios é necessário um equilíbrio ambiental. Assim, em contrapartida, devemos intervir nos ecossistemas de maneira responsável e sustentável, aproveitando os muitos serviços ecossistêmicos, ao mesmo tempo em que preservamos e protegemos os recursos naturais da degradação.
Dependendo das condições físicas, químicas e biológicas do local, diferentes ecossistemas fornecem diferentes tipos de serviços ecossistêmicos. Considerando os ecossistemas agrícolas, existem vários serviços ecossistêmicos oferecidos. A agricultura pode ir além de sua função primordial, que é a produção de alimentos e fibras, para contribuir com outros serviços ecossistêmicos de suporte, regulação, provisão e culturais. O solo, por exemplo, oferece ciclagem de nutrientes, filtragem de água, abastecimento de aquíferos, ciclagem biogeoquímica dos nutrientes, fornecimento de nutrientes para as plantas, sustentação para os vegetais, produção de alimentos, habitat para organismos, fornecimento de materiais de construção, estoque de carbono etc.
Podemos concluir, portanto, que os serviços ecossistêmicos sustentam a vida e a biodiversidade do nosso Planeta. Levando em consideração as práticas agrícolas, os serviços ecossistêmicos garantem a produção de alimentos e recursos, possibilitando a sobrevivência humana e de outros seres vivos. Percebemos, então, que existe uma íntima interação entre a natureza e o ser humano, ambos retiram uns dos outros recursos que auxiliam seu desenvolvimento. Infelizmente, nessa relação, nem sempre a natureza sai ganhando. A humanidade tem explorado ao máximo os recursos naturais de forma indiscriminada, ocasionando sérios impactos ambientais negativos, muitas das vezes irreversíveis.
No contexto agrícola, os sistemas produtivos são capazes de contribuir para a melhoria e aumento da provisão de serviços ecossistêmicos por meio do adequado manejo dos agroecossistemas na paisagem rural. Dessa forma, tanto as práticas agrícolas podem ser beneficiadas pelos serviços ecossistêmicos, como também podem prover e contribuir para a manutenção destes serviços. ´
Chegamos ao final do texto e pudemos perceber ao longo da leitura a importância econômica, social e ambiental das práticas agrícolas que promovem a qualidade do solo. Portanto, investir na qualidade do solo é uma tarefa primordial rumo à sustentabilidade agrícola, capaz de reduzir os custos na cadeia produtiva, aumentar a produtividade das culturas e a rentabilidade do agricultor, elevar o potencial de oferta de serviços ecossistêmicos para o próprio agricultor e, também, para a sociedade em geral. Dessa forma, com certeza a partir de hoje você terá um compromisso em aumentar ou manter a qualidade do solo em sua propriedade rural.