Mecanização na agricultura

A mecanização é uma aliada do agricultor que visa otimizar os resultados e reduzir os custos na produção agropecuária. Diversas atividades agrícolas são executadas com maior eficiência, rapidez e facilidade com o uso de máquinas, implementos e ferramentas. O desenvolvimento da agricultura tornou-se tão dependente do uso de maquinários que, hoje em dia, é muito difícil pensar no trabalho rural e não pensar no uso de tratores, aradores, subsoladores, drones, GPS, plantadeiras, semeadeiras, pulverizadores, colheitadeiras, roçadeiras, capineiras etc. 

Diante disso, diversas atividades agrícolas são desempenhadas com muita facilidade e maior rapidez com o auxílio da mecanização. Além disso, o uso de máquinas e implementos agrícolas apresenta diversos benefícios, como a redução dos custos de produção, aumento da lucratividade do negócio rural, economia de tempo e recursos, redução da mão de obra, aumento do rendimento do trabalho, controle da qualidade dos produtos, entre outros. 

Mas será que o pequeno agricultor tem condições de fazer uso da mecanização em sua propriedade? É mesmo necessário o uso de máquinas e implementos para otimizar a atividade agrícola? Como essa tecnologia pode trazer ganhos econômicos para o negócio rural? Ao longo do texto, você encontrará respostas para esses e outros questionamentos. Então, continue com a leitura e descubra por que a mecanização é tão importante e necessária para o sucesso da sua propriedade, mesmo que seja uma propriedade pequena.

 

Histórico da mecanização agrícola

 

Desde os primórdios da agricultura o homem desenvolveu o uso de máquinas e ferramentas para auxiliar nas atividades do campo. Inicialmente, as primeiras ferramentas utilizadas eram manuais, feitas de pedra, de madeira e de ferro. Ao longo do tempo, o homem do campo aperfeiçoou técnicas para facilitar as atividades agrícolas, como o arado de lâmina de madeira e semeadores mecânicos puxados por animais ou por ele próprio. Algumas técnicas antigas ainda são usadas até hoje, como a tração animal. A mecanização agrícola da forma como conhecemos atualmente surgiu a partir da Revolução Industrial na Europa do século dezoito, onde as primeiras máquinas a vapor passaram a ser utilizadas na agricultura. Mais tarde, foram desenvolvidas e utilizadas na agricultura as primeiras máquinas movidas a gasolina e a diesel, como o trator.

No Brasil, o uso da mecanização iniciou-se a partir das décadas de 1950 e 1960, por meio da industrialização da agricultura através da Revolução Verde. Atualmente, o uso de máquinas no campo evolui tanto, que é quase impossível pensar em agricultura sem o uso de máquinas. A agricultura está cada vez mais dependente de máquinas e implementos agrícolas, já que o uso da mecanização é fundamental em todas as etapas produtivas, que consistem no preparo do solo, no plantio, no manejo da lavoura, na colheita e, em alguns casos, no beneficiamento dos produtos. 

 

Mecanização agrícola: do preparo do solo à colheita

O preparo do solo consiste na melhoria das suas características físicas, visando favorecer o bom crescimento das raízes, através da infiltração de água, do aumento da aeração, da redução da resistência do solo à penetração das raízes, bem como o adequado nivelamento do terreno para o bom desenvolvimento das plantas. Outro objetivo do preparo inicial do solo é deixá-lo em condições ideais para receber corretivos e fertilizantes. Essa operação pode ser feita em três sistemas principais: o convencional (uso de aração e gradagem em toda a área a ser cultivada); o cultivo mínimo (uso reduzido de máquinas); e plantio direto (mobilização apenas na linha de plantio). As principais máquinas que podem ser utilizadas no preparo do solo são: arado, grade niveladora, subsolador e escarificador.

Por outro lado, máquinas semeadeiras e plantadeiras são utilizadas na etapa do plantio. Algumas dessas máquinas apresentam a vantagem de realizar em uma única operação o plantio e a adubação do solo, gerando maior eficiência e economia de tempo. As principais funções de uma semeadora-adubadora são abrir os sulcos no solo, dosar o fertilizante e as sementes, depositar o fertilizante e as sementes no sulco, cobrir as sementes e firmar o solo em torno das sementes. O uso da mecanização também se faz presente nas operações de manejo durante todo o ciclo produtivo da cultura implementada. Antes da colheita são necessárias algumas operações, como o desbaste e a poda das plantas, o controle das plantas invasoras, o manejo integrado de pragas e doenças etc. 

Por fim, a colheita também pode ser realizada por meio da mecanização. Quando a colheita é realizada totalmente com o uso de máquinas, é chamada de mecanizada. Entretanto, se houver uma divisão de tarefas entre pessoas e máquinas, chamamos de colheita semimecanizada. Antes de realizar a colheita mecanizada, é preciso fazer um preparo prévio da área de cultivo: é necessário fazer a limpeza do talhão, corrigir a topografia dos terrenos para evitar acidentes, definir um local para armazenamento dos produtos colhidos etc. Em muitas propriedades agrícolas o processo produtivo não termina na colheita, pois ainda há o beneficiamento dos produtos, que também pode ter sua eficiência aumentada com o uso de máquinas.

 

Mecanização na realidade do pequeno produtor rural

 

O sucesso da agricultura brasileira se deve, em grande parte, ao uso de máquinas e tecnologias aplicadas ao meio rural. O uso dessa tecnologia permitiu aumentos significativos na produtividade das culturas e na produção de alimentos. Diante disso, é real o interesse e a demanda de pequenos e médios produtores rurais por equipamentos que otimizem o processo produtivo e garanta a competitividade no mercado agrícola. No entanto, a facilidade de acesso a máquinas ainda é muito restrita aos grandes produtores, principalmente, por conta do alto custo da mecanização, tanto na compra do maquinário, como na manutenção dos equipamentos. 

Diante disso, surge o seguinte questionamento: “Agricultura em pequena escala combina com mecanização?” Engana-se quem acha que essas duas realidades não se misturam. Afinal, a atividade agrícola em pequenas propriedades possui um papel fundamental na nossa economia e na segurança alimentar dos brasileiros. Por mais difícil que possa ser a adoção da mecanização por esse grupo de produtores, existem algumas alternativas que permitem que eles façam o uso de maquinários. Diante disso, separamos dicas valiosas para que o pequeno produtor consiga multiplicar a sua capacidade operacional. 

 

Alternativas para o uso de máquinas por pequenos produtores rurais

 

Em algumas localidades, a oferta de serviços de mecanização pode ser oferecida pelas Prefeituras ou pelo Governo Estadual. São comuns, em muitos municípios brasileiros, as chamadas “Patrulhas Agrícolas”, que são um conjunto de máquinas adquiridas com recursos públicos destinadas para o uso de pequenos agricultores. Outra opção disponível é a prestação dos serviços de mecanização por empresas privadas que, mediante solicitação, prestam serviços na propriedade do cliente. Uma outra alternativa é o uso compartilhado de máquinas. Agricultores filiados a associações agrícolas ou que participam de cooperativas rurais podem ter a sua disposição máquinas para serem usadas em sua propriedade em momentos de demanda. Além disso, agricultores de uma determinada comunidade podem adquirir em conjunto máquinas para o uso coletivo. 

Outro opção interessante é o acesso ao crédito rural, que tem possibilitado a aquisição de máquinas em pequenas propriedades. Um exemplo de crédito rural é o Plano Safra, que é instituído pelo Governo Federal. Outro exemplo é o Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), que também é um programa do Governo Federal, que fornece crédito rural aos pequenos agricultores. Também há o Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural), que é uma linha de crédito voltada para os médios agricultores. 

 

Importância da mecanização em pequenas propriedades rurais

 

Atualmente, as pequenas propriedades agrícolas são as grandes responsáveis ​​pela produção de alimentos em nosso país e desempenham um papel fundamental na oferta de alguns produtos que chegam à mesa do brasileiro. Com o uso da mecanização agrícola, o pequeno produtor pode potencializar a sua atividade, além de garantir uma melhor qualidade de vida e, com isso, o melhor controle das suas operações. 

Como o investimento na mecanização é alto, é fundamental realizar um bom planejamento para otimizar a tecnologia e garantir sua eficiência nas operações. Não há segredos! Para definir a mecanização de uma pequena propriedade agrícola, são necessárias a aplicação correta dos recursos disponíveis, a identificação das principais atividades mecanizáveis, ​​a definição do conjunto de implementos que serão utilizados e, talvez o mais importante, a busca de um treinamento qualificado. Além disso, o produtor também deve considerar uma série de fatores: o calendário agrícola da região, o tamanho da propriedade, as principais culturas, a mão de obra disponível e o recurso disponível para aquisição de maquinários. Ao seguir essas dicas, o agricultor conseguirá intensificar a capacidade produtiva da sua propriedade. 

 

Cuidados com o uso de máquinas no meio rural

 

O tráfego de máquinas agrícolas, ao longo do tempo, pode ocasionar a compactação do solo através da pressão contínua aplicada na superfície do terreno durante o deslocamento das máquinas. A compactação do solo é um grave problema da atividade agrícola, pois provoca o aumento da densidade do solo e a redução da sua porosidade, afetando o desenvolvimento das culturas. Dentre os principais problemas relacionados com a compactação do solo destacam-se: baixo desenvolvimento radicular, plantas mais suscetíveis ao tombamento, menor aproveitamento de água e nutriente pelas plantas, dificuldade de germinação de sementes e enraizamento das plantas, diminuição da quantidade de oxigênio disponível para as plantas. Tudo isso gera como consequência a redução da produtividade e o aumento dos custos na produção agrícola.

Portanto, o uso de máquinas nas propriedades agrícolas não deve ser indiscriminado. Assim, é indispensável o controle da compactação do solo para o sucesso da atividade agrícola. Assim, ao utilizar máquinas e implementos agrícolas em sua propriedade você deve ficar atento aos fatores que podem influenciar no processo de compactação do solo. O peso das máquinas e dos implementos agrícolas, o tipo de rodado (pneus ou esteiras) da máquina, a intensidade do tráfego de veículos, a umidade do solo no momento do tráfego, a textura do solo são os principais fatores que podem aumentar a compactação do solo agrícola. 

 

Mecanização e compactação do solo

 

O uso intensivo e o peso das máquinas são determinantes para a maior compactação do solo, principalmente pela fricção causada pelo impacto da máquina na superfície do solo. Dessa forma, é preciso controlar o tráfego maquinário e fazer o uso de máquinas apenas em situações necessárias. 

Em relação ao tipo de rodado, o de pneu tem maior capacidade de compactação, pois a interface com o solo é menor. Por outro lado, o rodado de esteira distribui a pressão em maior área e a compactação tende a ser menor. No que se refere à largura dos rodados, os mais largos são menos agressivos ao solo. Além disso, pneus mal calibrados, lastro inadequado e derrapagem dos rodados potencializam a compactação do solo. 

 

Mecanização e umidade do solo

 

É importante ficar atento ao nível de umidade do solo no momento do tráfego de veículos. Não é recomendado o uso de máquinas quando o solo estiver com alto teor de umidade, ou seja, encharcado. Situação que é comum logo após chuvas ou irrigação. O ideal, portanto, é utilizar máquinas quando o solo estiver úmido, pois nestas condições a resistência à compactação é maior. Além disso, um solo totalmente seco pode dificultar as operações maquinárias, implicando um maior gasto de potência e de combustível, além de desgaste excessivo de implementos.

Nesse aspecto, a textura do solo tem grande influência na escolha do momento ideal para trabalhar com máquinas no solo. Um solo com alto teor de argila, por exemplo, apenas pode ser trabalhado com máquinas em amplitude estreita de umidade, somente quando estiver úmido. Pois, quando estão secos, são extremamente duros e, quando estão molhados, são fortemente aderentes. Nessas condições, o solo possui maior capacidade de compactação, além de ser mais suscetível a atolamentos de veículos. Por outro lado, solos mais arenosos ou com predominância de argilas de baixa atividade apresentam maior amplitude de umidade e podem ser trabalhados com máquinas em uma faixa mais ampla, desde o solo um pouco úmido até levemente encharcado.

 

Palavras finais

 

Diante do exposto, o uso de máquinas na agricultura, inclusive em pequenas propriedades rurais, é de suma importância para aumentar a eficiência e a rentabilidade da atividade agrícola, ao mesmo tempo em que há redução dos custos de produção. Para isso é necessário o uso adequado de maquinários sobre o solo, pois, do contrário, os efeitos adversos podem onerar os custos e gerar prejuízos financeiros. É necessário, portanto, que o pequeno agricultor tenha a sua disposição uma consultoria especializada para ajudá-lo no desempenho das suas atividades. Nós da Agroteg Digital estamos à disposição para melhor atendê-lo.

 

 

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Mecanização na agricultura

A mecanização é uma aliada do agricultor que visa otimizar os resultados e reduzir os custos na produção agropecuária. Diversas atividades agrícolas são executadas com maior eficiência, rapidez e facilidade com o uso de máquinas, implementos e ferramentas. O desenvolvimento da agricultura tornou-se tão dependente do uso de maquinários que, hoje em dia, é muito difícil pensar no trabalho rural e não pensar no uso de tratores, aradores, subsoladores, drones, GPS, plantadeiras, semeadeiras, pulverizadores, colheitadeiras, roçadeiras, capineiras etc. 

Diante disso, diversas atividades agrícolas são desempenhadas com muita facilidade e maior rapidez com o auxílio da mecanização. Além disso, o uso de máquinas e implementos agrícolas apresenta diversos benefícios, como a redução dos custos de produção, aumento da lucratividade do negócio rural, economia de tempo e recursos, redução da mão de obra, aumento do rendimento do trabalho, controle da qualidade dos produtos, entre outros. 

Mas será que o pequeno agricultor tem condições de fazer uso da mecanização em sua propriedade? É mesmo necessário o uso de máquinas e implementos para otimizar a atividade agrícola? Como essa tecnologia pode trazer ganhos econômicos para o negócio rural? Ao longo do texto, você encontrará respostas para esses e outros questionamentos. Então, continue com a leitura e descubra por que a mecanização é tão importante e necessária para o sucesso da sua propriedade, mesmo que seja uma propriedade pequena.

 

Histórico da mecanização agrícola

 

Desde os primórdios da agricultura o homem desenvolveu o uso de máquinas e ferramentas para auxiliar nas atividades do campo. Inicialmente, as primeiras ferramentas utilizadas eram manuais, feitas de pedra, de madeira e de ferro. Ao longo do tempo, o homem do campo aperfeiçoou técnicas para facilitar as atividades agrícolas, como o arado de lâmina de madeira e semeadores mecânicos puxados por animais ou por ele próprio. Algumas técnicas antigas ainda são usadas até hoje, como a tração animal. A mecanização agrícola da forma como conhecemos atualmente surgiu a partir da Revolução Industrial na Europa do século dezoito, onde as primeiras máquinas a vapor passaram a ser utilizadas na agricultura. Mais tarde, foram desenvolvidas e utilizadas na agricultura as primeiras máquinas movidas a gasolina e a diesel, como o trator.

No Brasil, o uso da mecanização iniciou-se a partir das décadas de 1950 e 1960, por meio da industrialização da agricultura através da Revolução Verde. Atualmente, o uso de máquinas no campo evolui tanto, que é quase impossível pensar em agricultura sem o uso de máquinas. A agricultura está cada vez mais dependente de máquinas e implementos agrícolas, já que o uso da mecanização é fundamental em todas as etapas produtivas, que consistem no preparo do solo, no plantio, no manejo da lavoura, na colheita e, em alguns casos, no beneficiamento dos produtos. 

 

Mecanização agrícola: do preparo do solo à colheita

O preparo do solo consiste na melhoria das suas características físicas, visando favorecer o bom crescimento das raízes, através da infiltração de água, do aumento da aeração, da redução da resistência do solo à penetração das raízes, bem como o adequado nivelamento do terreno para o bom desenvolvimento das plantas. Outro objetivo do preparo inicial do solo é deixá-lo em condições ideais para receber corretivos e fertilizantes. Essa operação pode ser feita em três sistemas principais: o convencional (uso de aração e gradagem em toda a área a ser cultivada); o cultivo mínimo (uso reduzido de máquinas); e plantio direto (mobilização apenas na linha de plantio). As principais máquinas que podem ser utilizadas no preparo do solo são: arado, grade niveladora, subsolador e escarificador.

Por outro lado, máquinas semeadeiras e plantadeiras são utilizadas na etapa do plantio. Algumas dessas máquinas apresentam a vantagem de realizar em uma única operação o plantio e a adubação do solo, gerando maior eficiência e economia de tempo. As principais funções de uma semeadora-adubadora são abrir os sulcos no solo, dosar o fertilizante e as sementes, depositar o fertilizante e as sementes no sulco, cobrir as sementes e firmar o solo em torno das sementes. O uso da mecanização também se faz presente nas operações de manejo durante todo o ciclo produtivo da cultura implementada. Antes da colheita são necessárias algumas operações, como o desbaste e a poda das plantas, o controle das plantas invasoras, o manejo integrado de pragas e doenças etc. 

Por fim, a colheita também pode ser realizada por meio da mecanização. Quando a colheita é realizada totalmente com o uso de máquinas, é chamada de mecanizada. Entretanto, se houver uma divisão de tarefas entre pessoas e máquinas, chamamos de colheita semimecanizada. Antes de realizar a colheita mecanizada, é preciso fazer um preparo prévio da área de cultivo: é necessário fazer a limpeza do talhão, corrigir a topografia dos terrenos para evitar acidentes, definir um local para armazenamento dos produtos colhidos etc. Em muitas propriedades agrícolas o processo produtivo não termina na colheita, pois ainda há o beneficiamento dos produtos, que também pode ter sua eficiência aumentada com o uso de máquinas.

 

Mecanização na realidade do pequeno produtor rural

 

O sucesso da agricultura brasileira se deve, em grande parte, ao uso de máquinas e tecnologias aplicadas ao meio rural. O uso dessa tecnologia permitiu aumentos significativos na produtividade das culturas e na produção de alimentos. Diante disso, é real o interesse e a demanda de pequenos e médios produtores rurais por equipamentos que otimizem o processo produtivo e garanta a competitividade no mercado agrícola. No entanto, a facilidade de acesso a máquinas ainda é muito restrita aos grandes produtores, principalmente, por conta do alto custo da mecanização, tanto na compra do maquinário, como na manutenção dos equipamentos. 

Diante disso, surge o seguinte questionamento: “Agricultura em pequena escala combina com mecanização?” Engana-se quem acha que essas duas realidades não se misturam. Afinal, a atividade agrícola em pequenas propriedades possui um papel fundamental na nossa economia e na segurança alimentar dos brasileiros. Por mais difícil que possa ser a adoção da mecanização por esse grupo de produtores, existem algumas alternativas que permitem que eles façam o uso de maquinários. Diante disso, separamos dicas valiosas para que o pequeno produtor consiga multiplicar a sua capacidade operacional. 

 

Alternativas para o uso de máquinas por pequenos produtores rurais

 

Em algumas localidades, a oferta de serviços de mecanização pode ser oferecida pelas Prefeituras ou pelo Governo Estadual. São comuns, em muitos municípios brasileiros, as chamadas “Patrulhas Agrícolas”, que são um conjunto de máquinas adquiridas com recursos públicos destinadas para o uso de pequenos agricultores. Outra opção disponível é a prestação dos serviços de mecanização por empresas privadas que, mediante solicitação, prestam serviços na propriedade do cliente. Uma outra alternativa é o uso compartilhado de máquinas. Agricultores filiados a associações agrícolas ou que participam de cooperativas rurais podem ter a sua disposição máquinas para serem usadas em sua propriedade em momentos de demanda. Além disso, agricultores de uma determinada comunidade podem adquirir em conjunto máquinas para o uso coletivo. 

Outro opção interessante é o acesso ao crédito rural, que tem possibilitado a aquisição de máquinas em pequenas propriedades. Um exemplo de crédito rural é o Plano Safra, que é instituído pelo Governo Federal. Outro exemplo é o Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), que também é um programa do Governo Federal, que fornece crédito rural aos pequenos agricultores. Também há o Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural), que é uma linha de crédito voltada para os médios agricultores. 

 

Importância da mecanização em pequenas propriedades rurais

 

Atualmente, as pequenas propriedades agrícolas são as grandes responsáveis ​​pela produção de alimentos em nosso país e desempenham um papel fundamental na oferta de alguns produtos que chegam à mesa do brasileiro. Com o uso da mecanização agrícola, o pequeno produtor pode potencializar a sua atividade, além de garantir uma melhor qualidade de vida e, com isso, o melhor controle das suas operações. 

Como o investimento na mecanização é alto, é fundamental realizar um bom planejamento para otimizar a tecnologia e garantir sua eficiência nas operações. Não há segredos! Para definir a mecanização de uma pequena propriedade agrícola, são necessárias a aplicação correta dos recursos disponíveis, a identificação das principais atividades mecanizáveis, ​​a definição do conjunto de implementos que serão utilizados e, talvez o mais importante, a busca de um treinamento qualificado. Além disso, o produtor também deve considerar uma série de fatores: o calendário agrícola da região, o tamanho da propriedade, as principais culturas, a mão de obra disponível e o recurso disponível para aquisição de maquinários. Ao seguir essas dicas, o agricultor conseguirá intensificar a capacidade produtiva da sua propriedade. 

 

Cuidados com o uso de máquinas no meio rural

 

O tráfego de máquinas agrícolas, ao longo do tempo, pode ocasionar a compactação do solo através da pressão contínua aplicada na superfície do terreno durante o deslocamento das máquinas. A compactação do solo é um grave problema da atividade agrícola, pois provoca o aumento da densidade do solo e a redução da sua porosidade, afetando o desenvolvimento das culturas. Dentre os principais problemas relacionados com a compactação do solo destacam-se: baixo desenvolvimento radicular, plantas mais suscetíveis ao tombamento, menor aproveitamento de água e nutriente pelas plantas, dificuldade de germinação de sementes e enraizamento das plantas, diminuição da quantidade de oxigênio disponível para as plantas. Tudo isso gera como consequência a redução da produtividade e o aumento dos custos na produção agrícola.

Portanto, o uso de máquinas nas propriedades agrícolas não deve ser indiscriminado. Assim, é indispensável o controle da compactação do solo para o sucesso da atividade agrícola. Assim, ao utilizar máquinas e implementos agrícolas em sua propriedade você deve ficar atento aos fatores que podem influenciar no processo de compactação do solo. O peso das máquinas e dos implementos agrícolas, o tipo de rodado (pneus ou esteiras) da máquina, a intensidade do tráfego de veículos, a umidade do solo no momento do tráfego, a textura do solo são os principais fatores que podem aumentar a compactação do solo agrícola. 

 

Mecanização e compactação do solo

 

O uso intensivo e o peso das máquinas são determinantes para a maior compactação do solo, principalmente pela fricção causada pelo impacto da máquina na superfície do solo. Dessa forma, é preciso controlar o tráfego maquinário e fazer o uso de máquinas apenas em situações necessárias. 

Em relação ao tipo de rodado, o de pneu tem maior capacidade de compactação, pois a interface com o solo é menor. Por outro lado, o rodado de esteira distribui a pressão em maior área e a compactação tende a ser menor. No que se refere à largura dos rodados, os mais largos são menos agressivos ao solo. Além disso, pneus mal calibrados, lastro inadequado e derrapagem dos rodados potencializam a compactação do solo. 

 

Mecanização e umidade do solo

 

É importante ficar atento ao nível de umidade do solo no momento do tráfego de veículos. Não é recomendado o uso de máquinas quando o solo estiver com alto teor de umidade, ou seja, encharcado. Situação que é comum logo após chuvas ou irrigação. O ideal, portanto, é utilizar máquinas quando o solo estiver úmido, pois nestas condições a resistência à compactação é maior. Além disso, um solo totalmente seco pode dificultar as operações maquinárias, implicando um maior gasto de potência e de combustível, além de desgaste excessivo de implementos.

Nesse aspecto, a textura do solo tem grande influência na escolha do momento ideal para trabalhar com máquinas no solo. Um solo com alto teor de argila, por exemplo, apenas pode ser trabalhado com máquinas em amplitude estreita de umidade, somente quando estiver úmido. Pois, quando estão secos, são extremamente duros e, quando estão molhados, são fortemente aderentes. Nessas condições, o solo possui maior capacidade de compactação, além de ser mais suscetível a atolamentos de veículos. Por outro lado, solos mais arenosos ou com predominância de argilas de baixa atividade apresentam maior amplitude de umidade e podem ser trabalhados com máquinas em uma faixa mais ampla, desde o solo um pouco úmido até levemente encharcado.

 

Palavras finais

 

Diante do exposto, o uso de máquinas na agricultura, inclusive em pequenas propriedades rurais, é de suma importância para aumentar a eficiência e a rentabilidade da atividade agrícola, ao mesmo tempo em que há redução dos custos de produção. Para isso é necessário o uso adequado de maquinários sobre o solo, pois, do contrário, os efeitos adversos podem onerar os custos e gerar prejuízos financeiros. É necessário, portanto, que o pequeno agricultor tenha a sua disposição uma consultoria especializada para ajudá-lo no desempenho das suas atividades. Nós da Agroteg Digital estamos à disposição para melhor atendê-lo.

 

 

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