O cooperativismo surgiu como uma alternativa para corrigir o meio econômico e social frente ao liberalismo econômico. Seus princípios são baseados no ideal de que a produção deve ser colocada em favor do consumidor e não do produtor. Para tanto, as pessoas associam-se e unem-se em cooperativas, de forma que o resultado das atividades ou a prestação dos serviços beneficia os próprios associados e a comunidade em geral. As sociedades cooperativas são organizações econômicas peculiares, especialmente, no que diz respeito aos seus objetivos. As cooperativas apresentam como diferencial a formação de uma entidade social coletiva que opta por privilegiar a cooperação, a solidariedade e a ajuda mútua entre os associados que fazem parte da mesma. Tais associados são responsáveis por dirigir e controlar a sociedade, orientando a cooperativa não para a busca incondicional do lucro, mas para a busca da eficiência e eficácia que atenda às necessidades econômicas e sociais de seus associados.
As cooperativas possuem dupla natureza ou identidade, uma é a econômica e outra a social, que pode ser explicada pelo fato do cooperado ser, ao mesmo tempo, dono e usuário da cooperativa. A natureza econômica se refere aos cooperados utilizarem a cooperativa para o seu desenvolvimento econômico, agindo, dessa forma, como proprietários e clientes da cooperativa. Já a natureza social pode ser explicada pelo fato de os cooperadores serem os principais beneficiados pela prestação de serviço realizada pela cooperativa, visando à satisfação das necessidades sociais e culturais de seus associados, interagindo com o ambiente social por meio da cooperativa. As sociedades cooperativas são constituídas a partir de anseios econômicos e sociais comuns por parte de seus associados, que objetiva a obtenção de melhores resultados em conjunto.
Assim como as entidades não cooperativas, as cooperativas possuem fins econômicos alinhados a finalidade social, no entanto, não apresentam fins lucrativos. O cooperativismo baseia-se na união de pessoas e não no capital, no qual o empreendedorismo comum se concentra nas necessidades do grupo e não no lucro, buscando uma prosperidade conjunta em torno dos valores cooperativos que levariam a um sucesso equilibrado efetivo. Esses valores são: ajuda mútua, auto-responsabilidade, solidariedade, equidade, igualdade e democracia, que na prática devem seguir os princípios sete princípios:
- Adesão livre e voluntária
- Gestão democrática e livre
- Econômica participação dos membros
- Autonomia e independência
- Educação, treinamento e informação
- Intercooperação
- Interesse na comunidade
O que é cooperativismo?
O cooperativismo é um modelo de organização social que desempenha um papel multidimensional de fundamental importância para o desenvolvimento local, uma vez que sustentado nos pilares, econômico, social, político e cultural, contribui para a geração e distribuição de renda, de forma justa e igualitária entre seus cooperados. É o instrumento de organização da sociedade, que atende, simultaneamente, um sistema de organização social e econômico. Cooperativa é definida como uma sociedade civil/comercial sem fins lucrativos e tem por objetivos sanar ou corrigir problemas de natureza econômico-social de seus integrantes e/ou de gerar meios para expandir a produção. Visa viabilizar e desenvolver a atividade produtiva dos seus associados, transformar bens com atuação nível de mercado, armazenar e comercializar, dar assistência técnica e educacional aos associados.
Muito embora as cooperativas são fundamentadas em seus princípios básicos de promover uma melhoria sócio-econômica de seus cooperados, não se pode negar que a busca pela competitividade aproxima este tipo de cooperativa das empresas comerciais tradicionais, cujo objetivo primordial pela lucratividade é característico do capitalismo, e não do socialismo, fonte inspiradora e motivadora para o surgimento do sistema de cooperativas. De um ponto de vista diferente, a promoção de crescimento econômico ocorre através da distribuição mais justa de renda, da geração de empregos e da inclusão econômico-social, que são os alicerces fundamentais das cooperativas e ratificam sua importância social.
Cooperativas no Brasil
As cooperativas no Brasil e encontram-se em vários seguimentos tais como a agropecuária, consumo, crédito, educacional, habitacional, infraestrutura, mineral, produção, saúde, trabalho, transporte, turismo e lazer. O ramo da agropecuária foi um dos que apresentou maior crescimento nos últimos anos. Objetivando-se que as sociedades cooperativas almejam o impacto econômico e social aos seus cooperados, e consequentemente, na região onde se encontram o nível de interação da cooperativa com a propriedade rural delimita qual o impacto econômico e social deve ser atribuído à existência de tais entidades. A determinação da natureza de análise da cooperativa é o primeiro passo para que o impacto econômico e social trazido pela cooperativa possa ser evidenciado, já que a natureza determina delimitação da dimensão de análise.
Sistema econômico
É possível analisar a atividade econômica de formas diferentes. A forma tradicional divide a economia em setores: o setor primário, caracterizado pela agricultura; o setor secundário, representado pela indústria; e o setor terciário, composto pelas atividades de comércio e serviços. O Estado tem a função na economia de prover o desenvolvimento, de distribuir renda, e de possibilitar o acesso da população a serviços essenciais como segurança, saúde e educação. O cooperativismo é economia Social, e as organizações cooperativas são integrantes da maior importância, uma vez que proveem à sociedade não só bens públicos e sociais, como também promovem o desenvolvimento econômico, a distribuição de renda e a geração de emprego.
Sistema social
O estado, entendido como o poder público, é o principal responsável pela inclusão social da parcela mais pobre da população, provendo à sociedade serviços públicos essenciais e promovendo o desenvolvimento econômico de forma a criar empregos, e assim a gerar e distribuir renda. Portanto, há de um lado um quadro de intensificação de demandas sociais em função da internacionalização da economia, e de outro lado a presença de um estado que não tem mais as condições financeiras necessárias para oferecer serviços públicos.
Os empreendimentos cooperativistas são organizações particulares neste contexto, pois apresentam uma importante função pública de desenvolvimento econômico, aliada à geração e distribuição de renda e à criação de empregos, e ainda podem prover a sociedade de diversos serviços. Mais, isso ocorre sem o objetivo de auferir ganhos extraordinários ou o chamado lucro econômico. Como as cooperativas podem distribuir os resultados econômicos, essas organizações contribuem para a efetiva distribuição de renda entre seus associados.
Considerações finais
As cooperativas, sejam elas de consumo, trabalho, saúde, habitação, crédito, dente outras, possuem seus alicerces básicos nos princípios cooperativistas. Tais princípios são regulamentados em lei e considerados como características fundamentais de toda e qualquer entidade cooperativa.
Referências
PANZUTTI, R. et al. (Org). Cooperativa: um empreendimento participativo. 3. ed. São Paulo: OCESP/SESCOOP, 2005.
OLIVEIRA, D. P. R. Manual de gestão das cooperativas. São Paulo: Atlas, 2006.
Compartilhe!
O cooperativismo surgiu como uma alternativa para corrigir o meio econômico e social frente ao liberalismo econômico. Seus princípios são baseados no ideal de que a produção deve ser colocada em favor do consumidor e não do produtor. Para tanto, as pessoas associam-se e unem-se em cooperativas, de forma que o resultado das atividades ou a prestação dos serviços beneficia os próprios associados e a comunidade em geral. As sociedades cooperativas são organizações econômicas peculiares, especialmente, no que diz respeito aos seus objetivos. As cooperativas apresentam como diferencial a formação de uma entidade social coletiva que opta por privilegiar a cooperação, a solidariedade e a ajuda mútua entre os associados que fazem parte da mesma. Tais associados são responsáveis por dirigir e controlar a sociedade, orientando a cooperativa não para a busca incondicional do lucro, mas para a busca da eficiência e eficácia que atenda às necessidades econômicas e sociais de seus associados.
As cooperativas possuem dupla natureza ou identidade, uma é a econômica e outra a social, que pode ser explicada pelo fato do cooperado ser, ao mesmo tempo, dono e usuário da cooperativa. A natureza econômica se refere aos cooperados utilizarem a cooperativa para o seu desenvolvimento econômico, agindo, dessa forma, como proprietários e clientes da cooperativa. Já a natureza social pode ser explicada pelo fato de os cooperadores serem os principais beneficiados pela prestação de serviço realizada pela cooperativa, visando à satisfação das necessidades sociais e culturais de seus associados, interagindo com o ambiente social por meio da cooperativa. As sociedades cooperativas são constituídas a partir de anseios econômicos e sociais comuns por parte de seus associados, que objetiva a obtenção de melhores resultados em conjunto.
Assim como as entidades não cooperativas, as cooperativas possuem fins econômicos alinhados a finalidade social, no entanto, não apresentam fins lucrativos. O cooperativismo baseia-se na união de pessoas e não no capital, no qual o empreendedorismo comum se concentra nas necessidades do grupo e não no lucro, buscando uma prosperidade conjunta em torno dos valores cooperativos que levariam a um sucesso equilibrado efetivo. Esses valores são: ajuda mútua, auto-responsabilidade, solidariedade, equidade, igualdade e democracia, que na prática devem seguir os princípios sete princípios:
- Adesão livre e voluntária
- Gestão democrática e livre
- Econômica participação dos membros
- Autonomia e independência
- Educação, treinamento e informação
- Intercooperação
- Interesse na comunidade
O que é cooperativismo?
O cooperativismo é um modelo de organização social que desempenha um papel multidimensional de fundamental importância para o desenvolvimento local, uma vez que sustentado nos pilares, econômico, social, político e cultural, contribui para a geração e distribuição de renda, de forma justa e igualitária entre seus cooperados. É o instrumento de organização da sociedade, que atende, simultaneamente, um sistema de organização social e econômico. Cooperativa é definida como uma sociedade civil/comercial sem fins lucrativos e tem por objetivos sanar ou corrigir problemas de natureza econômico-social de seus integrantes e/ou de gerar meios para expandir a produção. Visa viabilizar e desenvolver a atividade produtiva dos seus associados, transformar bens com atuação nível de mercado, armazenar e comercializar, dar assistência técnica e educacional aos associados.
Muito embora as cooperativas são fundamentadas em seus princípios básicos de promover uma melhoria sócio-econômica de seus cooperados, não se pode negar que a busca pela competitividade aproxima este tipo de cooperativa das empresas comerciais tradicionais, cujo objetivo primordial pela lucratividade é característico do capitalismo, e não do socialismo, fonte inspiradora e motivadora para o surgimento do sistema de cooperativas. De um ponto de vista diferente, a promoção de crescimento econômico ocorre através da distribuição mais justa de renda, da geração de empregos e da inclusão econômico-social, que são os alicerces fundamentais das cooperativas e ratificam sua importância social.
Cooperativas no Brasil
As cooperativas no Brasil e encontram-se em vários seguimentos tais como a agropecuária, consumo, crédito, educacional, habitacional, infraestrutura, mineral, produção, saúde, trabalho, transporte, turismo e lazer. O ramo da agropecuária foi um dos que apresentou maior crescimento nos últimos anos. Objetivando-se que as sociedades cooperativas almejam o impacto econômico e social aos seus cooperados, e consequentemente, na região onde se encontram o nível de interação da cooperativa com a propriedade rural delimita qual o impacto econômico e social deve ser atribuído à existência de tais entidades. A determinação da natureza de análise da cooperativa é o primeiro passo para que o impacto econômico e social trazido pela cooperativa possa ser evidenciado, já que a natureza determina delimitação da dimensão de análise.
Sistema econômico
É possível analisar a atividade econômica de formas diferentes. A forma tradicional divide a economia em setores: o setor primário, caracterizado pela agricultura; o setor secundário, representado pela indústria; e o setor terciário, composto pelas atividades de comércio e serviços. O Estado tem a função na economia de prover o desenvolvimento, de distribuir renda, e de possibilitar o acesso da população a serviços essenciais como segurança, saúde e educação. O cooperativismo é economia Social, e as organizações cooperativas são integrantes da maior importância, uma vez que proveem à sociedade não só bens públicos e sociais, como também promovem o desenvolvimento econômico, a distribuição de renda e a geração de emprego.
Sistema social
O estado, entendido como o poder público, é o principal responsável pela inclusão social da parcela mais pobre da população, provendo à sociedade serviços públicos essenciais e promovendo o desenvolvimento econômico de forma a criar empregos, e assim a gerar e distribuir renda. Portanto, há de um lado um quadro de intensificação de demandas sociais em função da internacionalização da economia, e de outro lado a presença de um estado que não tem mais as condições financeiras necessárias para oferecer serviços públicos.
Os empreendimentos cooperativistas são organizações particulares neste contexto, pois apresentam uma importante função pública de desenvolvimento econômico, aliada à geração e distribuição de renda e à criação de empregos, e ainda podem prover a sociedade de diversos serviços. Mais, isso ocorre sem o objetivo de auferir ganhos extraordinários ou o chamado lucro econômico. Como as cooperativas podem distribuir os resultados econômicos, essas organizações contribuem para a efetiva distribuição de renda entre seus associados.
Considerações finais
As cooperativas, sejam elas de consumo, trabalho, saúde, habitação, crédito, dente outras, possuem seus alicerces básicos nos princípios cooperativistas. Tais princípios são regulamentados em lei e considerados como características fundamentais de toda e qualquer entidade cooperativa.
Referências
PANZUTTI, R. et al. (Org). Cooperativa: um empreendimento participativo. 3. ed. São Paulo: OCESP/SESCOOP, 2005.
OLIVEIRA, D. P. R. Manual de gestão das cooperativas. São Paulo: Atlas, 2006.